Por Leandro Karnal - historiador, professor da Universidade Estadual de Campinas..
Tenho dito em palestras que nós, pais
e professores, temos nos omitido em algumas questões educacionais. O que quero
dizer? Educar uma criança ou um aluno é alimentar, proteger, orientar e impor
limites. Os dois primeiros verbos, em geral, vão bem. Mas para impor limites
ou orientar, por vezes, preciso contrariar a vontade da criança/jovem e não ser
tão "legal". Preciso saber que NUNCA serei "amiguinho"do
meu filho ou aluno, mas serei, sempre, pai ou professor. E há mais questões… Sento num lobby de hotel. À minha frente uma
criança simpática brinca com seu tablet. Vejo, horrorizado, que ela coloca os
pés sobre o sofá, como se estivesse em casa (aliás, nem em casa deveria fazer
isto). Quando olho melhor, a mãe faz o mesmo. Exemplos são contagiosos. Não
quero julgar, mas entender: o que passa pela cabeça de um adulto quando
atravessa fora da faixa de segurança com o filho, coloca pés no sofá ou
maltrata um garçon diante do rebento? Registrei a cena. O sapato preto é meu.
Sem rosto, naturalmente pois identidade aqui é irrelevante. É provável que seja
uma boa mãe e muito carinhosa. Tudo indicava que vivia para a filha. Mas eu
pensei: toda criança deve ser educada
para o mundo e não para mim. O mundo, infelizmente, não protege ninguém.
Publicado na página do facebook do Professor Leandro Karnal em 08/04/2016
Concordo plenamente, tanto na autocorreção de posturas, maneiras para que o exemplo seja o melhor possível, mas principalmente quando o emocional atrapalha o racional de um pai ou parente que "cria" uma criança, no que diz respeito a estabelecer regras e cumpri-las. Logicamente essas regras devem ser coerentes com a idade, condições físicas, por exemplo como impor ao seu filho que não se atrase para escola se você não dá jantar cedo, não socializa cedo da noite e não cria um ritual relaxante seja uma leitura ou uma prece, enfim, é usar a inteligência a serviço do coração.
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